sexta-feira, 15 de maio de 2020

CIÊNCIA COMO FERRAMENTA PARA GERIRMOS A CRIAÇÃO DE DEUS

A ciência sem fé é loucura, E a fé... Martinho Lutero

Vivemos hoje mergulhados em meio a enormes dilemas morais, muitos deles envolvendo a ciência. Como Cristãos, sabemos que nossas vidas estão sob nosso “controle” por um curto período de tempo, e que temos que ser responsáveis, pois responderemos pelas coisas que aqui fizermos.

Então, como servos e discípulos a quem nos foi confiado a construir o Reino de Deus na Terra, é imprescindível buscarmos conhecimento e sabedoria para avaliar o impacto de nossas ações nesse Reino. Estudos sérios e claros sobre a relação entre como vivemos e o impacto ambiental que causamos são essenciais para o povo de Deus. Isso é um Serviço? Por exemplo, um projeto mau feito para fornecer irrigação para uma plantação pode acabar poluindo e destruindo um ecossistema inteiro rio abaixo.

O entendimento coerente das informações vindas da ciência tem a capacidade de subsidiar nossas escolhas pelos estilos de vida e serviço mais saudáveis para todos. E nesta linha, os cristãos bem informados e conscientes do seu papel, podem atuar ajudando a ciência a ter um olhar mais amplo quando se trata de dilemas éticos difíceis. Por exemplo, a ciência agropecuária pode prometer que sistemas de confinamento intensivo de animais ofereçam melhores resultados na produção de alimentos. Contudo, os cristãos informados devem confrontar e avaliar esses resultados, levando em consideração as pesquisas vindas das áreas de ciências do comportamento animal e da medicina, que mostram claramente o resultado devastador e desumano dessa prática para os animais, meio ambiente e o próprio homem.

Não podemos violar a ordem de Deus, que nos manda termos compaixão pelas pessoas e pelos animais. Assim, combinando submissão, compaixão e oração por um lado, entendimento científico sólido, sabedoria e discernimento por outro, a Igreja pode se tornar mais preparada para um discipulado eficaz e eficiente, principalmente com a juventude.

Cristãos igualmente crentes e firmes na fé podem apresentar posicionamentos diferentes quanto ao “uso correto” da ciência nas mais diversas questões. Por exemplo: Justifica modificar geneticamente plantas e animais com o objetivo de produção mais abundante de alimentos? Devemos projetar armas potentes capazes de destruir vidas inocentes como efeito colateral? Devemos usar a tecnologia médica para prolongar a vida a todo custo? Deveríamos enviar uma sonda para estudar outros planetas, ao invés de alimentar crianças desnutridas aqui na Terra?

Tais perguntas são maravilhosamente desafiadoras, e podem ser vistas pela Igreja, que somos nós, como uma oportunidade de se informar, criar um ponto de vista próprio, respeitar as opiniões e questionamento dos outros, sem necessariamente entrar em conflitos desnecessários e que não glorificam em nada o nome de Deus. Agindo assim, a Igreja dá um exemplo de diálogo saudável e respeitoso, além de poder promover um viés de evangelização pouco explorado nos dias de hoje.

A história nos mostra que muitos cientistas desenvolveram seus trabalhos como um verdadeiro serviço a Deus. Contudo hoje, observamos claramente que existe um distanciamento entre a ciência e a religião, o que não deveria acontecer. Nossas Igrejas precisam e devem incentivar os jovens a verem na ciência uma forma sólida e eficaz de servir e adorar a Deus. Dessa forma poderíamos fazer a diferença no mundo inteiro, conduzindo e coordenando pesquisas com a submissão, prudência e compaixão que o Pai nos ensinou.


Reflexões sobre Leituras e Mensagens Pastorais

Um comentário:

  1. Excelente reflexão! No momento tão delicado em que estamos passando torna-se necessário e coerente pararmos para pensar a respeito de nossas ações em uma perspectiva mais holística e buscar o equilíbrio em tudo na vida.

    ResponderExcluir